segunda-feira, 19 de abril de 2010

UM SINAL

Estou sempre a começar, recomeçar, rascunhar e apagar esta treta. Bom mas agora lá vamos, mesmo cheios de partículas vulcânicas no ar – ninguém me tira da cabeça que isto é obra e graça do Alexanderplatz (coisa fina, moderna). As historietas estão aqui: o je vai lançá-las à bruta.


Teresinha está sentada em frente do televisor, enrola-se num cobertor, bebe uma cerveja morna. Há pessoas a morrer à sua frente, atrás de si. Dário está calmo, sentado ao lado, quase vivo, quase morto, um cigarro entre os dedos amarelos.

- Tens frio?
- Eu não – diz a Teresinha enquanto se esfrega na manta às bolinhas amarelas. Prenda de casamento.
Calam-se os dois, cada um para o seu lado do sofá, da vida.
- Foda-se, sou estúpido ou quê? Se tás enrolada nessa merda, por alguma razão é!
- Não me chateies Dário.
Dário tosse durante algum tempo, acende outro Camelo, aproxima-se dela, belisca-a.
- Desculpa lá. Sou memo bruto às vezes . Quê que queres…tá-me no sangue – afaga-lhe os cabelos pretos, brinca com o nariz dela – é por causa daquela merda da porto editora…pode ser que não te despeçam.
- Sim, pode ser…que não, o Papa vem cá e tudo.
- Tás a ver, é um sinal essa merda. É UM SINAL. Até os sonic vem cá…é um sinal.

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